A Análise de Valor
Até o post anterior, nos dedicamos a descrever e mostrar o que pode ser feito para se obter economias, no processo de criação e industrial, com o formato do papel.
Nesse capítulo introduzimos um novo conceito. É diferente do que foi apresentado até agora pois, como é definido no seu título, depende do seu julgamento, ou a sua avaliação da percepção que o seu cliente – ou o cliente final que receberá o produto – terá do trabalho quando o receber, ou manusear.
A Análise de Valor pode ajudá-lo a definir o tipo de papel e o peso mais adequado para o seu trabalho. Naturalmente, também é muito útil nas mais variadas áreas das agências, gráficas e empresas em geral.
O QUE É A ANÁLISE DE VALOR?
É uma técnica de otimização de recursos que utiliza a ANÁLISE DE FUNÇÕES de um produto (bem ou serviço) com os objetivos de:
1. Otimizar resultados (aumentar receitas ou reduzir custos).
2. Adequar um produto as necessidades do cliente.
O VALOR de um produto deriva da sua FUNÇÃO e da PERCEPÇÃO DE QUALIDADE pelo seu consumidor final.
FUNÇÃO DO PRODUTO: As diferentes necessidades do consumidor atendidas pelo produto. Para que serve - o que faz - o que gera de ganho - o que substitui ou economiza - o que passa como imagem (riqueza, poder, bom gosto, etc.)
1. ORIGEM E IDEIA CENTRAL DA ANÁLISE DE VALOR
Pouco depois da 2ª Grande Guerra, o Diretor de Engenharia de Produto da General Eletric, nos EUA, encarregava um engenheiro novato – Lawrence Miles – de revisar os custos de um projeto a ser desenvolvido para um importante cliente. Miles levou o projeto para casa, num fim de semana e voltou com uma redução de custos estimada em 50% do custo original! Como foi isso possível? Bem, Miles tinha simplesmente aplicado algumas ideias que tinha visto funcionar no Dpto. de Compras da GE, durante a guerra.
A partir desse surpreendente resultado, e de outros mais, obtidos a partir de uma abordagem diferente e original, Miles foi encarregado pela GE de desenvolver e aprofundar suas ideias e, com recursos de tempo e dinheiro, trabalhou durante cerca de quatro anos no desenvolvimento de uma técnica que passou a chamar-se "Value Analysis" (ou "Value Engineering").
Alguns anos depois, os resultados alcançados por Miles iam muito além da mais audaciosa expectativa.
Em alguns casos, os incrementos de produtividade no processo, a redução de custos com materiais e pessoal ou a modificação e melhoria submetido à "Value Analysis" tinham trazido vantagens até bem superiores aos 50% citados. De fato, houve casos em que todos os custos tinham sido eliminados pela supressão da tarefa, do componente ou mesmo de todo o produto final.
A ideia central de Miles é simples: vamos esquecer, por um instante, o Produto e do que é ele feito, e vamos concentrar atenção em suas funções. Por si só, nada é "caro" ou "barato", custo é um conceito relativo, diz ele. O importante é o Valor Adicionado ao produto e o custo desse incremento. A Análise do Valor justamente identifica os custos "desnecessários", isto é, aqueles que nada acrescentam à qualidade, à aparência ou ao desempenho do produto, do ponto de vista do usuário ou consumidor.
O fato é que dessa ideia central, desenvolveu-se uma técnica que vem apresentando resultado notáveis nos mais diversos campos, desde a produção, passando pelo "Marketing" até a análise de sistema e processo na administração geral das empresas.
EM QUANTO A ANÁLISE DE VALOR PODE AJUDAR NA ECONOMIA DE CUSTOS GRÁFICOS?
A figura nessa tela mostra a economia possível com custos gráficos com o uso da Análise de Valor em comparação com o potencial de Redução de Custos com Métodos de Produção e Industriais.
Essa figura é ilustrativa e mostra o quanto se pode ganhar. A situação, naturalmente, muda em relação a diferentes produtos, clientes e gráficas.
Uma editora, por exemplo, que use uma folha de papel 87x114 cm, para fazer uma revista no formato fechado de 21x28 cm, com 32 páginas de capa e miolo, no mesmo papel, tem uma perda (de refile e corte) de apenas4,9% no papel. Além disso, fizer a impressão programada, reduzirá em de 10% à 15% o seu custo de impressão. Essa editora, certamente terá um custo muito menor do que a média do mercado.
Porém, um caso como esse é mais exceção do que regra na indústria gráfica.
O mais comum é que a revista, do exemplo, incorpore uma capa em papel
com gramatura superior a do miolo, plastificada ou com verniz e que a
arte seja entregue por FTP à gráfica, às 24 horas, um ou dois dias depois do acordado, pois um anunciante de capa atrasou na entrega do anúncio!
Essa situação leva a uma pergunta importante:
Por que se gasta cada vez mais com produtos gráficos?
Esta pergunta será respondida no próximo post .